Madureira, Campo Grande e Belford Roxo são os locais com mais ocorrências
Meninos de 5 a 17 anos são maioria quando o assunto é soltar pipa no Rio de Janeiro
A famosa e, aparentemente, inocente brincadeira de soltar pipas é febre entre crianças e adolescentes, principalmente em morros, favelas, no subúrbio e Baixada Fluminense. No período de férias escolares, em alguns pontos do Rio de Janeiro, é possível avistar de longe centenas delas no céu. Mas nem tudo é alegria quando o assunto é pipa. Nos primeiros meses de 2011, mais de 400 mil pessoas ficaram sem energia devido às 241 ocorrências de pipa na rede elétrica da cidade.
Os locais com maior número de problemas com pipas são também os mais populosos e com grande quantidade de "gatos" (ligações clandestinas) pelos corredores e postes dos bairros. Madureira, na zona norte, Campo Grande, zona oeste, e Belford Roxo, na Baixada Fluminense, são os líderes da estatística.
Nesses locais é normal ver grande movimentação de meninos atravessando ruas e avenidas atrás da pipa “voada” (perdida no céu), pulando muros altos e jogando marimba (linha com uma pedra na extremidade) próxima aos fios de alta tensão ou do lado de redes elétricas.
Segundo José Ragoni, porta-voz da Light, concessionária responsável pelo abastecimento de energia na capital, esse é um problema que poderia começar a ser solucionado dentro das salas de aula.
- Grande parte deste problema é por falta de informação. Os professores das redes municipal e estadual poderiam ajudar dando auxílio às nossas campanhas e orientando melhor seus alunos.
Soltar pipas é uma brincadeira antiga e democrática, mas que exige extremo cuidado. Além de não ficar perto de redes de alta tensão, o uso do cerol (uma mistura de cola e caco de vidro moído, que é passada na linha da pipa) também é arriscado, e condenado por Ragoni.
- O cerol é perigoso com o próximo, pois pode cortar e até causar a morte de quem for vítima. Mas também é extremamente perigoso com a rede elétrica, porque a mistura de cola com vidro corta a borracha e o alumínio dos fios. A marimba também é perigosa, se jogada próxima aos fios de alta tensão.
Além do já conhecido cerol, outro material que vem preocupando as autoridades são as linhas metálicas. Apesar de não precisar de cerol, como têm metais em sua composição, ela também representa grande perigo.
Pipeiro há mais de 20 anos, Wagner dos Santos, de 32 anos, já tem outra opinião, mas também condena quem solta pipa próximo às redes elétricas ou em locais com grande concentração de pessoas.
- Eu sempre soltei pipa, e sempre usei cerol. Porém, pegava o ônibus que fosse necessário para ir para um lugar mais isolado e, portanto, nunca tive problemas. Porém, já tive amigos acidentados e outros conhecidos que ficaram gravemente feridos.
A concessionária elétrica do Rio disponibiliza o Disque Light (0800 021 0196) para qualquer tipo de ocorrência com pipas na rede elétrica e salienta a importância de tomar os cuidados devidos na hora da brincadeira.
Colaborou João Pedro Lazanha, estagiário do R7
Fonte: R7.com - Noticias
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